ConecteSUS, Renner, CVC, Americanas, Record, ABB, os casos de empresas e órgãos públicos vítimas de ataques cibernéticos só crescem, o que deveria servir de alerta às organizações em geral de que segurança é assunto sério e precisa envolver o alto escalão decisório. No entanto, proliferam-se ferramentas como ransomware as a service, que se valem justamente da inação das empresas mesmo diante de vulnerabilidades já identificadas.

“A tecnologia trabalha para evitar as novas ameaças. Mas quando a gente olha o passado, ainda tem organizações que não atualizam software, portanto vulnerabilidades conhecidas continuam presentes. Ataques de ransomware as a service usam códigos já disponíveis, todos conhecem, tem assinatura, mas a organização não se preparou. Então boa parte dos problemas acontecem com aquilo que já é conhecido. Daí a necessidade em um investimento maior guiado por pessoas que conheçam a direção correta”, apontou o diretor de cibersegurança e soluções da Huawei, Marcelo Motta.

O alerta veio durante o Tech Bank Forum 2023, realizado em Brasília pela Network Eventos. Segundo Motta, o valor médio global de resgates de dados está em US$ 170 mil, ou cerca de R$ 800 mil. No setor de manufatura, US$ 180 mil; na saúde, US$ 250 mil; e no setor financeiro, US$ 300 mil (R$ 1,5 milhão).

“Mas esse não é o único custo, é preciso ser colocado o tempo em que a organização vai ficar parada. Em média, são cinco dias. E da conjunção desses dois custos vai dar US$ 2 milhões (R$ 10 milhões). São valores relevantes para que a alta administração se sensibilize, que devem ser tratados nos níveis mais altos e estratégicos, até porque não se trata apenas de perda financeira, mas perda de reputação”, disse o diretor da Huawei.

Para Marcelo Motta, as organizações não têm outra alternativa a não ser investir. “A digitalização é inevitável e evolui a passos largos. O que acontece é que os sistemas ficam mais complexos e as superfícies de ataque aumentam. À medida que progride a transformação digital, há sistemas novos e sistemas legados. Portanto uma complexidade de sistemas e ameaças que também evoluem. É necessário ter governança, times para analisar risco, investir tempo e dinheiro para mitigar esses riscos, e sempre trabalhar com tecnologias mais avançadas, tecnologias que aprendem e se adaptam às novas ameaças.” Assistam a entrevista com Marcelo Motta, diretor de cibersegurança e soluções da Huawei.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

10 − quatro =

Menu